11 de setembro

Nesta hora, há 20 anos, eu fazia uma prova de física.

Era 11 de setembro de 2001, eu tinha 16 anos e cursava o 3º ano do ensino médio. Estava mal nas disciplinas de matemática, química, física, biologia, educação física e religião, o que comprova minha tendência nata às áreas de humanas desde o princípio.

Nesta terça-feira ensolarada de setembro de 2001 eu tinha uma prova importante de física. O professor corrigiu as questões naquela mesma manhã e me deu o que seria a maior nota que eu já tirei em uma matéria de exatas: 9,3.

Saí do Colégio São José Notre Dame, em Não-Me-Toque, saltitando, louca para mostrar a nota aos meus pais. Cheguei em casa pouco depois das 11h da manhã sem nem imaginar que o mundo tinha mudado para sempre enquanto eu tentava lembrar o que era o tal do efeito Joule.

Meu pai estava parado na frente da televisão, que mostrava imagens das torres sendo atingidas e, depois, caindo. Sempre que está nervoso, meu pai fica em pé com a mão no queixo, balançando o corpo pra frente e pra trás. E foi assim que eu o encontrei no final daquela manhã, até então tão bonita.

– O que aconteceu? – eu perguntei, segurando a prova na mão.

– Ataque terrorista nos Estados Unidos. Atingiram as Torres Gêmeas e o Pentágono. Têm milhares de mortos.

Larguei a prova em cima do balcão, ao lado da TV. Quem se importava com notas de física agora?

Então fiquei ali, de pé e em silêncio ao lado do meu pai, olhando aquelas imagens que, até hoje, não parecem reais – mas que aconteciam em tempo real. Confesso: com 16 anos, eu nem entendi direito o que estava acontecendo, o que aquilo significava e o quanto afetaria tudo.

Não dá pra não lembrar do 11 de setembro a cada 11 de setembro.

Impossível não pensar que mundo teríamos, caso o 11 de setembro tivesse sido apenas um dia qualquer e ninguém mais se lembrasse do que fez naquela manhã, em que o céu azul ficou cinza e não era chuva. 



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