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Mostrando postagens de março, 2021

Nem futuro nem oportunidade

  Sabe a Prefeitura Municipal de Carazinho, aquela que esses dias lançou a campanha “Não dê esmola, dê futuro” ? Pois veja só o que essa danadinha aprontou dessa vez: quem é microempreendedor individual (também chamado de MEI), desde setembro do ano passado está dispensado do pagamento de alvará. Quando soube disso, fiquei feliz, pois sou MEI. E num ano em que a Editora Os Dez Melhores penou, como todas as miniempresas, para continuar respirando, quaisquer reais a menos de despesa são muito bem-vindos. Apesar disso, o boleto chegou normalmente, é claro, com vencimento para amanhã: dia 31 de março de 2021. Como não consegui emitir a dispensa de pagamento de alvará diretamente pelo Portal do Empreendedor, ontem resolvi telefonar para a Sala do Empreendedor, aqui de Carazinho, mantida pela prefeitura em parceria com o Sebrae, para saber como deveria proceder para obter a tal dispensa.   E qual não foi minha surpresa ao ouvir que, sim, os MEIs estão liberados de pagar alvará, mas

“Não é porque alguém pensa diferente de você que é seu inimigo”

Temos ouvido muito essa frase ultimamente – em especial desde 2018, quando a dita polarização no Brasil alcançou a maioridade e se tornou presença frequente e incômoda nas rodas de conversa, nas mesas de bar, nos almoços de família, nos grupos de WhatsApp, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê. E de fato: não é porque alguém não concorda comigo que deve ser declarado meu inimigo. O problema é que, na maioria dos casos, o que parece apenas uma inocente opinião é, na verdade, um pequeno discurso de ódio enfeitado. Se você torce para o Grêmio e eu para o Inter; se você curte sertanejo e eu não; se você gosta de uvas passas no arroz e eu detesto; se você não é fã do Luis Fernando Verissimo, como eu sou; tranquilo. Vamos ser amigos pra sempre, vem cá e me abraça. A questão é que não estamos falando de futebol, música, comida e literatura. Estamos falando de vidas e de gente. Quando alguém defende o genocida, por exemplo, depois de tudo, inclusive de ele rir em cima do túm

Futuro para quem tem fome

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  Eu moro em um bom bairro de Carazinho. Pelo menos dois dos meus vizinhos mais próximos vivem em verdadeiros casarões. Apesar disso, apenas três quadras daqui tem uma favela. Sim, existem favelas em Carazinho, amigão! E esta, a poucos metros da minha casa e dos casarões, fica atrás do CAIC e é conhecida como Beco da Cuiabá. Quinze anos atrás, aquele local era um descampado onde cavalinhos pastavam na santa paz de Deus. Agora, são centenas de casinhas e casebres e pessoas e crianças amontoados sem qualquer estrutura. A pobreza nua e crua, sem maquiagem e trilha sonora. Em frente à minha casa e pertinho dos casarões, há alguns anos também colocaram um contêiner de lixo. Bem de frente pra janela da nossa sala, como uma tela da desigualdade obscena que devasta nosso país. Todos os dias, religiosamente, passam por ali mulheres, crianças, jovens, grávidas, adolescentes e idosos, seres humanos, que se embrenham dentro do contêiner imundo atrás de lixo. De latinhas. De papelão. De comida.

Hoje, exatamente hoje, completo um ano em isolamento.

  A última vez que saí despreocupadamente de casa foi na noite de 17 de março de 2020, quando fui ao centro espírita que frequentava – e que parei de frequentar alguns meses depois, por discordar de sua reabertura ao público no que, até então, era o auge da pandemia. De lá pra cá, nada de pilates, nada de bar, nada de festas, nada de amigos e família. Aniversário, Natal, virada de ano, Carnaval: só eu e quem mora comigo. Cabelo cortado em casa. Um ano sem abraçar minha avó. Um ano sem ver minha sobrinha. Saídas rápidas e sempre paramentada apenas para ir ao mercado, ao banco ou a qualquer lugar que eu tenha que ir porque preciso e não porque quero. Olhando em retrospectiva para quem eu era em 18 de março de 2020 e quem eu sou agora, em 18 de março de 2021, posso dizer que me preocupa um pouco o quanto eu me transformei. Descobri, para minha alegria, que sou capaz de tornar a distância entre o que eu falo e o que eu faço bem pequena. Vi que exerço a empatia, que tanto defendo nas

Livros e lives!

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Foram, ao todo, 14 lives. A primeira, em 16 de novembro de 2020 e a última, dia 5 de março de 2021. Através delas, lançamos dois livros: Carazinho por Escrito  e Ao professor, apalavra , ambos organizados por mim e publicados pela Editora Os Dez Melhores. Entrevistei professores, artistas, comunicadores, escritores, editores e até uma autora de 9 anos de idade! Conversamos sobre literatura, Carazinho, educação, feminismo, poesia, História, política, dragões, Brasil, super-heróis, gibis e o que mais você puder imaginar. Aliás, não precisa imaginar não. Todas as lives estão disponíveis aqui em meu perfil: facebook.com/janalauxen/videos_by Ao final desta aventura, reunimos quase 15 horas de conteúdo variado, importante e de qualidade, e nos aproximamos de 10 mil visualizações, chegando até pessoas e lugares que nunca alcançaríamos com um evento tradicional e presencial. Como era antigamente, lembram? Através das lives eu tive a chance de entrevistar pessoas fantásticas, ouvir hist