Com licença,
Pedimos licença, senhoras e senhores Monas e nonas, manos e manas Estamos passando, pois somos o bando, o bonde, a banda, a caravana Somos carruagem desgovernada Que não vira abóbora depois da ceia, Não usamos sapatos, não fazemos cena Nossos pés não tocam A superfície plena do palco Sobre o qual os atores encenam e acenam à realeza Por cães latindo vamos seguindo Por tolos bradando vamos passando Em meio a lobos disfarçados de manso cordeiro O caos, o Cão, o caô, o sorrateiro Feitiços, macumbas, rituais; Ordeiros e matreiros Nada, nada freia o bando que vai Nada freia, nada segura, nada detém De pés descalços vamos indo além Por sobre macumbas, profetas e falso desdém Ninguém nos atém, estão todos muito aquém Pedimos mais uma vez licença, senhoras e senhores Monas e nonas, manos e manas Carcaças, mordaças, carapaças e trapaças Peço que abram espaço, todas as desgraças! Pois somos o bando, o bonde, a banda, a caravana. N