Diálogo é para quem sabe dialogar
Se houve uma lição que eu aprendi nestas tenebrosas e inesquecíveis eleições de 2018 é que diálogo é para quem é do diálogo. Por isso se chama diálogo e não monólogo: porque pressupõe a existência de duas ou mais pessoas trocando ideias. A questão é que, para que haja, de fato, diálogo, todas as partes envolvidas precisam estar abertas para mudar de opinião, e é aqui que reside o problema. Certezas costumam minar diálogos, pois ao invés de ampliar o debate, o restringe e o atrofia. A convicção cega de que a verdade é nossa propriedade nos faz adaptar a realidade às nossas crenças, e não o contrário. Um perigo, como estamos vendo. Nossa falta de discernimento e raciocínio chega a tal ponto, que vivemos a era das fake news, algo que só se cria em um país intelectualmente subdesenvolvido. E o pior: notícias falsas que são verdadeiros absurdos; que até uma criança de cinco anos deveria saber que é mentira. Nós não sabemos. Nós acreditamos, porque temos muita certeza, e compartilhamos