Que bom que alguém lutou por nós
Raul Seixas foi o cara quem me levou a conhecer melhor e mais profundamente o golpe de 64. Eu tinha 11 ou 12 anos e era maluca pelo Maluco Beleza. Foi ouvindo “Mamãe eu não queria” e “Metrô linha 743”, e lendo sobre suas músicas censuradas e a tortura que sofreu dos milicos, que passei a me inteirar deste passado tão recente que “terminava” na mesma época em que eu nascia. Não tenho memórias de estudar sobre a ditadura militar brasileira na escola. Talvez tenha matado esta aula. Eu matava muitas aulas. Ou talvez o assunto realmente passou batido no colégio São José Notre Dame de Não-Me-Toque/RS. Mas eu pensava lá no final dos anos 90: ufa, que bom que passou, né? Sorte a minha não ter vivido esta época. Que bom que alguém lutou por nós. Ao mesmo tempo, me enchia de admiração e gratidão por aqueles que resistiram, que lutaram, que questionaram, que se expuseram ao perigo iminente. Por aqueles que morreram e “sumiram” feito fumaça no ar. Então veio 2018 e o que parecia passado se