Um bônus e um ônus e vice-versa
Existe uma frase – bem cretina, por sinal – que diz “trabalhe com o que você ama e você nunca terá que trabalhar na vida”. Foi então que um espertinho fez uma releitura do ditado, e criou a “trabalhe com o que você ama e você nunca mais vai amar nada na vida”. Dois conceitos que explicitam bem a nossa infantilidade e imaturidade emocional; a nossa extrema dificuldade em admitir que a vida simplesmente não é como a gente quer que seja. Porque, de tudo, só queremos a parte boa. Reivindicamos o bônus e recusamos veementemente o ônus, apesar de um vir no encalço do outro: queremos trabalhar com o que amamos, mas não queremos compromissos, prazos nem responsabilidades. Queremos encontrar o amor da nossa vida, mas não estamos dispostos a ceder um milímetro. Queremos uma família grande, desde que todos sejam feitos conforme nossa imagem e semelhança. Aí nós conseguimos trabalhar com o que mais gostamos. Encontramos uma pessoa que amamos e que também nos ama. Formamos uma família grande