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Mostrando postagens de abril, 2019

"Uma Carta por Benjamin": 10 anos depois

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Dez anos atrás, exatamente no dia 16 de abril de 2009, a partir das 19h, eu lançava meu primeiro livro, “Uma Carta por Benjamin”, um romance policial sobre drogas azuis, um publicitário frustrado, uma terrorista arrependida e cartas anônimas enviadas pelos Correios em um envelope pardo. O livro foi lançado pela Editora Multifoco, editado pelo meu bróder Frodo Oliveira, e teve uma primeira tiragem minúscula: 50 exemplares. Todo o lançamento, do planejamento até a execução e divulgação, foi feito na base da intuição. Até então, eu nunca tinha sequer ido a um lançamento de livro, não fazia a menor ideia de como funcionava e nem do que acontecia, mas com 24 anos, quem se preocupa com detalhes e resultados? Eu é que não. Tudo o que importava pra mim no dia 16 de abril de 2009 era que meu livrinho estava ali, publicado, impresso, materializado, tão lindo e cheirosinho. O resultado concreto do meu trabalho de tantos meses. Se o lançamento ia dar certo ou ser um fiasco; se as pessoas i

#BaúDeCrônicas: Conectar-se com o diferente: você é capaz?

Sabemos que nosso cérebro sempre reage quando entramos em contato com algo que não estamos acostumados. Qualquer situação que nos tire do lugar onde confortavelmente existimos coloca nossa mente a trabalhar em alerta máximo. Por isso o diferente é assustador: por que o desconhecemos. O diferente nos coloca em uma situação inesperada e desafiadora, e nosso cérebro primata reage atacando. Uma tentativa de nos defender do que não nos é familiar. Assim, quando vemos um casal homossexual se beijando, nos sentimos constrangidos. Quando cruzamos por uma travesti na rua, ela chama nossa atenção de uma forma perturbadora. Quando conhecemos alguém com deficiência, ficamos atordoados e melindrosos. A não ser, é claro, que você seja ou conviva com casais homossexuais. Ou que seja ou conviva com uma travesti. Ou que seja ou conviva com uma pessoa com deficiência. O nosso cérebro se adapta ao nosso universo (que, convenhamos: é pequeníssimo), e dali parte para definir o que é “normal” e o

A água vence o fogo

Desfaça esta cara de surpresa e pense comigo: Eles nunca esconderam quem eram quando não estavam contigo. Não dê pinta de desentendido, Porque o teu sexto sentido tentou te avisar: o inimigo está ali escondido Disfarçado de amigo Sentado ao teu lado na mesa do bar. Nós nos enganamos; não vimos por trás daquele disfarce brando O lobo escondido entre o bando, doido para atacar. Mas foi só chegar o porta-voz da matilha, que toda a quadrilha postou-se a marchar Dançando ao redor da fogueira a crepitar Queimando toda e qualquer crença que da sua discordar. Porém a água vence o fogo, E mal sabem os tolos que nós somos fonte a jorrar. Apagando as labaredas, Atravessando paredes, pedras, muros e trincheiras Nós somos rio, chuva, lágrima e cachoeira, Nós somos o mar. Seguimos contra as correntes, Caminhamos em meio às serpentes, Combatemos soldados mal-amados, armados até os dentes, Enfrentamos covardes disfarçados de valentes, homens de corações