Ao professor, no seu dia!
Hoje,
dia 15 de outubro, era a data na qual eu tinha planejado lançar o livro Ao professor, a palavra, reunindo textos
de educadores versando sobre a educação.
Mas
todo mundo sabe o que acontece quando a gente faz um plano: Deus ri.
Porque
2020 veio atropelando geral, trazendo pandemia e isolamento, fechando escolas e
suspendendo aulas, sobrecarregando ainda mais os nossos já sobrecarregados
professores.
O prazo
de entrega dos textos, que inicialmente era dia 15 de maio, foi adiado diversas
vezes. Normalmente, respeito muito a data limite definida para a entrega de um
trabalho; ocorre, porém, que estamos longe, muito, muito longe de uma situação
normal.
Concluí
que seria no mínimo contraditório organizar um livro no qual busco dar voz aos
nossos educadores e não ouvi-los, quando me diziam que estavam com dificuldade
de concentração, estressados, deprimidos, assustados, abandonados, atolados em
trabalho.
Por
isso, neste 15 de outubro, dia dos nossos mestres, data na qual imaginei que
lançaríamos nosso livrinho, cá estou para dizer a todos os nossos professores: CONTEM
COMIGO.
Contem
não somente com o meu apoio e a minha gratidão, mas também com a minha
indignação diante da negligência do Brasil e de cada brasileiro com a educação.
Contem
com a minha revolta à situação de perseguição, silenciamento e brutalidade que,
mais do que nunca, vocês vivenciam diariamente.
Contem
com a minha voz para dizer e repetir que um país que trata seus professores
como inimigos jamais será verdadeiramente livre.
Mais do
que mensagens bonitas, bombons e congratulações, espero que vocês, mestres,
recebam sem demora a devida valorização, que vem através de homenagens, mas
principalmente de ações: salário justo, qualificação, carga horária decente, boas
condições de trabalho, apoio às suas causas e respeito.
A epígrafe do
livro Ao professor, a palavra, que
será lançado virtualmente em dezembro deste ano, é do Darcy Ribeiro e diz
assim:
“Só há duas opções nesta vida:
se resignar ou se indignar. E eu não vou me resignar nunca”.
Como vocês, professores, eu
não me resigno.
Com vocês, eu me levanto.
Mas, acima de tudo, ao lado de
vocês eu quero lutar.
Não só hoje, como sempre.