Fica em casa, cristão!
Dentre
as muitas coisas que eu não entendo – e agora, mais do que nunca, são tantas! –
uma delas é sobre reabrir igrejas, templos e centros religiosos justamente
agora, em que o Brasil atinge a ingloriosa marca de quase meio milhão de
infectados e chega perto dos 30 mil mortos por coronavírus, afora as
subnotificações.
Se
Deus, afinal, é realmente onisciente (tudo sabe), onipresente (em tudo está) e
onipotente (tudo pode), como garantem os crentes, então me parece totalmente
possível rezar e se conectar com Ele dentro de sua casa.
Ou não?
Dentro
de sua casa é possível acompanhar cultos, palestras, bênçãos e pregações, já
que muitos líderes religiosos conscientes (sim, eles existem!) estão cuidando
de seus fiéis à distância.
Dentro
de sua casa também dá para ler a Bíblia, o Evangelho, o Alcorão, os romances
espíritas da Zíbia Gasparetto ou qualquer livro que professe sua fé.
De
dentro de sua casa é possível até ajudar quem mais precisa – não tem uma parada
sobre “fora da caridade não há salvação”?
Ame ao
próximo como a ti mesmo, foi mais ou menos o que disse um sujeito bem querido,
porém com um fã-clube medonho, chamado, se não me engano, Jesus Cristo.
Neste
momento, durante uma pandemia global que está prestes a colocar de joelhos
nosso sistema de saúde; em que enfrentamos um vírus altamente mortal e contagioso
que não conhecemos e para o qual não possuímos remédio, cura ou vacina; enquanto
profissionais da saúde morrem dias depois de gravar um vídeo suplicando por
isolamento; não há jeito melhor e mais eficiente de amar ao próximo e a ti
mesmo do que ficando em casa o máximo de tempo possível.
Sair de
casa para se aglomerar em igrejas, templos e centros religiosos, em nome de
Deus e de sua fé, é uma contradição bizarra de quem se julga cristão.
Porque
neste momento, eu duvido que exista oração mais poderosa do que ficar em casa.