Simpatia e Empatia
Devemos ter cuidado para não confundir
simpatia com empatia.
A simpatia é espontânea e tem a ver com afinidade
e identificação. Costumamos facilmente simpatizar com o que se parece com a
gente: nossos amigos, nossos filhos, nossos pais, nossa realidade, nossos
problemas, as pessoas e os costumes de nosso meio social. A simpatia surge
naturalmente e não exige de nós nenhum esforço.
A empatia é outra história.
Ela sugere nos colocar no lugar do outro – detalhe:
de TODOS os outros. Principalmente daqueles que são, aparentemente, diferentes
de nós; que habitam outras peles; que escolheram caminhos opostos aos nossos; que
acreditam no que não acreditamos e não acreditam no que acreditamos.
É muito, muito, muito fácil desumanizar
aqueles com quem não simpatizamos, reduzindo-os a meros e rasos adjetivos.
Eis o grande desafio proposto pela empatia:
se reconhecer naquilo que não é espelho. Se solidarizar com a dor que não sentimos,
respeitar os sonhos e objetivos que não entendemos; se colocar em lugares nos
quais nunca estivemos; vestir as calças e os sapatos de quem não conhecemos.
Inclusive de quem não gostamos.
Fazer o que eu estou fazendo agora –
teorizando sobre empatia – é moleza. Dureza é tornar humano quem não é como eu.
Dureza é sair do conforto do Facebook e do discurso e ir até a realidade, lá fora,
lá longe, na tal da vida real, onde a empatia de fato pode promover uma
revolução.
É este o meu desejo de Natal e ano novo para
mim e para você, seja lá quem você for: que eu e tu possamos, assim como fez o
aniversariante do dia 25 de dezembro, sair da nossa sala de espelhos e VER o
outro para muito além do que dá para enxergar da superfície.
Porque precisamos ver, não para crer: mas
para conseguir sentir.