A cova do bandido
Em Carazinho, assim como em todo território nacional, a violência está fora de controle, e parece somente aumentar. Crimes que só víamos na televisão passaram a acontecer bem debaixo dos nossos narizes. Então colocamos grades nas portas e janelas, compramos cadeados, cercamos nossas casas e andamos por aí arredios e desconfiados. Assaltos, assassinatos, bestialidade e salve-se quem puder. Neste contexto, é compreensível que a população fique puta dentro das calças. Ninguém gosta de viver com medo. Logo, a insegurança e a indignação despertam em nós o que ainda temos de mais selvagem e primitivo. E como todo animal assustado e encurralado, nossa reação natural é atacar. Deste modo, movidos pelos nossos instintos mais básicos, enfurecidos e insensatos, passamos a acreditar em soluções rasas para resolver problemas profundos, como é o da violência. Bradamos por pena de morte; queremos linchar o bandido; exigimos andar armados para matar antes de morrer. A raiva e a revolta nos fazem ...