Aos professores e escolas


Escrevo para agradecer aos professores e às escolas de Carazinho, e também de todo esse Brasil, por tudo o que estão fazendo pela nossa gurizada.
Obrigada por transformar suas casas em salas de aula; por recriar, refazer e reinventar maneiras de ensinar e de aprender, de se comunicar, de envolver o estudante, inclusive orientando-o em suas aflições; mesmo que vocês estejam tão aflitos quanto.
Obrigada às escolas que continuam servindo refeições aos alunos em situação de vulnerabilidade. Vocês estão matando a fome de crianças e eu não sei o que pode ser maior do que isso em um país faminto e desigual como o nosso.
Obrigada por abrirem mão de seu descanso, de seu tempo, de sua energia, de seu lazer, de suas famílias, de suas próprias dores e angústias e até de suas economias; obrigada por fazerem muito mais do que devem e podem fazer.
Não deveria ser assim.
Eu não deveria estar aqui, agradecendo à comunidade escolar por literalmente carregar nosso futuro nas costas; por dar muito mais do que receber; por resistir bravamente, por se desdobrar em 20, por se esgotar e tantas vezes adoecer buscando dar conta de tudo e de todos e de cada um – e ainda desviando do fogo amigo que vem de cima, de baixo, dos lados.
Sim, no país em que enfermeiros e jornalistas são agredidos, vocês também precisam lidar com a violência de pais e estudantes, de autoridades e supostos representantes, que não conseguem (ou convenientemente não querem) reconhecer a grandiosidade do que vocês, professores e escolas, fazem todos os dias – e agora mais do que nunca.
Eu espero e batalho para que, um dia, possamos viver em um Brasil capaz de entender que, sem vocês, não pode existir uma nação.
Vocês também são heróis; vocês também salvam vidas de um modo que vai muito além da nossa vã compreensão.
Eu agradeço e os aplaudo de pé, queridos mestres, queridas escolas.
Mas também sei que isso é pouco diante de tanto.
Então eu pergunto: como posso ajudar?
Escreve e me diz: osdezmelhores@gmail.com

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