Presente no Presente
Enquanto você almoça, você
pensa em quê? Antes de dormir, quando toma banho, sentado no vaso sanitário,
andando de ônibus: sobre o que você fica pensando?
Independentemente do que
assalta tua cabeça enquanto você faz coisas do cotidiano, posso apostar que a
maioria diz respeito ou ao passado ou ao futuro. Ao que deveríamos ter feito e
ao que deveremos fazer. Estranhamente, nossa consciência parece viver no ontem e
no amanhã, nunca no hoje.
Isto significa que dedicamos
boa parte de nossa energia e capacidade naquilo que, na verdade, sequer existe.
Depositamos (ou deveria dizer:
desperdiçamos?) nosso esforço mental e emocional, além de milhares de minutos
de nosso precioso tempo, em problemas e questões que não podemos resolver, seja
por que já passaram, seja por que ainda nem aconteceram. E enquanto isso, os
problemas e questões atuais ficam ali no canto, renegados. Resultado: é um
ciclo infinito, no qual nada é resolvido. Tudo é ontem e amanhã.
Esta é uma característica que
precisamos realmente nos empenhar para perder porque, a meu ver, ela é uma das
responsáveis pela nossa ansiedade e estresse gigantescos. No fim das contas,
passamos a vida inteira lidando com duas coisas que jamais poderemos controlar:
o ontem e o amanhã – o que obviamente gera uma angústia desgraçada.
Sugiro ao leitor fazer um
teste: somente hoje, tente viver o hoje. Desconecte-se do passado e do futuro,
e viva este exato instante.
Parece fácil e bonito falando
assim, mas colocar em prática é difícil e assustador. Afinal, quando de fato percebemos
que nossa mente sempre escapa para o passado ou para o futuro, nos damos conta
do quão pouco estamos presentes em nosso presente.
No entanto, acho que vale o
esforço. Porque este momento, que a gente não vive, é basicamente a nossa vida.